Afinal, quem sou eu?

Bom, é, vamos lá. Uma descrição. Para alguns parece tão simples. Afinal, quem nos conhece melhor do que nós mesmos? Sabe... para mim não é. Sei lá, tudo de isso de ''eu sou...''. Para mim é tão difícil. Podem me pedir para descrever qualquer local, qualquer outra pessoa ou objeto. Mas na minha opinião, a definição de nós mesmos é muito mais complexa do que qualquer outra. Ninguém nos conhece tão bem. Ninguém sabe o que se passa em nossa mente ou em nossos corações, além de nós mesmos. Somos como livros, com páginas em branco. Todas prontas - e ao mesmo tempo, ainda não prontas - para terem algo escrito em si. Em um dia sonhamos em voar, em outro sonhamos em brincar nas nuvens, ou até mesmo em envelhecer ao lado de alguém que amamos de verdade. Todos os dias sonhamos, todos os dias somos algo diferente. E são eles, nossos tão diferentes sonhos, que nos tornam tão especiais e únicos nesse enorme universo.

Do que gosto? Vamos dizer que sou completamente apaixonada por post-hardcore, deathcore, bandas indie e por dubstep, também. Crown The Empire, Asking Alexandria, Suicide Silence, Bring Me The Horizon, Thirty Seconds to Mars. Vamos dizer que eu sou composta por misturas. Misturo o estilo hipster com o estilo pastel goth na maioria do tempo. Misturo cores, estampas, gêneros. Faço a minha própria moda com o que quero usar, com o que quero ser. Prefiro estilos únicos do que clones por aí. Clone meu mesmo, só o Arthur e a Minne, meus melhores amigos no mundo.

Gosto de unhas gigantes e azuis. De estampas de galáxias, de listras e de cruzes invertidas. Apaixonada por coisas vintage. Uma paixão inexplicável por livros, pela escrita e por customizar tudo, por inventar, por criar. Uma paixão inexplicável pelo piano, que toco já faz dois anos e pretendo continuar por muito mais tempo. Pela pintura, pelo cinema, pelo desenho, pela moda, pela arquitetura, pela decoração.

Não sei, mas desde pequena, sempre amei ler. Livros policiais, ficção científica e romance. Meus livros favoritos? A Hospedeira, O Nome do Vento, A Culpa é das Estrelas e Destino Inferno. Na verdade, amo todos os da minha coleção, mas esses eu já reli umas três vezes cada um, pelo menos.

Encontro meu refúgio nas pequenas coisas. Em um abraço, no cheiro da chuva, na escuridão, nos pés descalços pela grama molhada, no frio, em um cobertor, em um sorriso, em um pássaro na janela, em um olhar, em uma voz, no som do piano.

Prefiro músicas acústicas do que editadas. Sou apaixonada pela voz natural dos cantores que gosto. Choro ao ver entrevistas do Mitch Lucker. Ligo muito para o que os outros pensam e acho que esse é um dos meus piores defeitos. Sou egoísta, mimada, infantil e dramática. Eu preciso de atenção o tempo todo. Tenho anemia e já tive anorexia e asma. Tenho hiperatividade, então, se você me vir pulando de um lado para o outro por aí, não estranhe.

Eu sou magra e pequena. Mais pálida impossível. Tenho olhos verdes e cabelos castanhos. Já me disseram que tinham medo de me abraçar e me quebrar.

Eu tenho fobia de agulhas, de médicos e de hospitais. Me fazem entrar em pânico, me fazem querer gritar e sair correndo. Tenho medo de borboletas, de circos, de palhaços. Medo de perder as pessoas que amo, também. Medo de que tudo acabe no nada. Medo de sofrer de novo com o passado.

Eu tenho um vazio de dez anos na minha cabeça. Não me lembro de nada antes do meu aniversário de dez anos. Simplesmente vagos segundos. Nenhuma voz, nenhum rosto, nada. Isso pode parecer muito estranho, mas bem, eu sou o estranho em pessoa. Gostaria de poder esquecer assim outras coisas também, mas infelizmente, parece que não dá.

Nasci na pequena cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia, descendente de uma italiana e de um uruguaio. Morei por várias cidades aqui em três anos, até finalmente vir para Ilhéus, onde moro até hoje. Eu sou do tipo que fala duas vezes antes de pensar, então, acostume-se. Do tipo completamente bagunçada e confusa. Tudo parece novo para mim. Sonho em morar em Nova Iorque. Ter meu próprio apartamento e decorá-lo inteiramente sozinha.

Eu quero ser escritora. Pianista. Artista. Diretora de cinema. Estilista, também. Já quis ser astronauta, já quis criar perfumes, ser degustadora e eu já quis muito, mas muito mesmo, ser um dinossauro. Ainda quero.

Sei lá, já me disseram que eu sou uma menina impossível de se igualar.
E eu abro um sorriso sempre que me lembro disso.